quarta-feira, 20 de maio de 2009

A paixão é como uma chuva de verão,
teima em nos surpreender sem os nossos guarda-chuvas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pequenina mulher

A pureza birra ser logo primeira
e a criança, dessa forma, não se esvai.
Mas tão breve mulher chega, logo teima,
soma junto um novo olhar, vai ademais.

E se o lúdico se espicha pela beira,
pois nem tudo pelo meio é pura paz.
Na criança [até mesmo] já há queima
do perverso e da volúpia [bem sagaz].

A pequena [ou adulta] logo queira
se coloca. Mesmo não, recolhe e vai.
Numa dança equilibrada e brincadeira:

um pedaço se esconde o outro sai.
E vai ela se trocando sorrateira,
pequenina mulher e seus sinais.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Metralhadoras de Tinta

.

Para Thiago Liberdade.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Encanto Pueril

É uma coisa besta, boba,
de sorrir à beça,
com as paredes e as memórias.

É uma coisa de trela, traquina.
Quase proibida,
por timidez, não por tolheita.

Uma coisa qualquer, e pronto.
Quem nem se quer pensar.
Não se assume ou aceita.

É uma coisa... é.

Que de tanto visitar o que se tem de criança,
termina por despertar o que pode haver de mulher.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Eu sonhava. Não sei onde era real e onde não.
Mas o subconsciente me contou:

Estávamos lá
e éramos lindos.
Mas pseudo-amávamos...

...por isso o que havia era algo de tosco.

Relação Passiva

(Gritam, puxam, reclamam
as línguas soltas de quem já nem amam.
Dizem que é coisa de modernidade.
E já não se pensa na possibilidade da paz..
Ou o que seja).


Nenhum silêncio.


Mãe, eu tou tentando ler!

$@#*_+§ A chave não esta não esta na porta
Onde colocaram a N@* da minha roupa que estava aqui??? @ #_D)@
Quem mexeu nas MINHAS COISAS
(revirando as coisas do outro)
Já disse que não mexessem no que é meu...
(remexendo o que é do outro)
ora $@#* N@*D)@


Nenhum silêncio.

Mãe, por favor, eu estou tentando ler!

...que eu lavo os pratos, eu pago as contas
Faço feira*)¨$@#@§, lavo a casa...
Trabalho feito uma condenada naquele lugar de corno
E ainda mexem nas minhas coisas
*%$@~~*&¨$%¨# ONDE ESTÃO AS CHAVES?... *&¨¨$$@@!3+=§...


Nenhum silêncio.

Mãe... EU.ES.TOU.TEN.TAN.DO.LEERRR

(Pões os fones de ouvido)

*%$@~~*&¨ ○ ●● $%¨# eu não agüen♫ ○ to mais *&¨¨%$@~~*@!3+=§...
MIJSJCSJ%$@~~*♪♫ ♫♫♫♫ CMBmcnj%$@~~*bngbm..,;.;;...[],k,
Dslknfbloj♪♫ ♫onde puseran nb;;[ ;[~as chaves????;p ~[;ç];/[~];/vfmk○♫● ♫○ %$@~~*jbv36534
Vnfob;....


(aumenta o volume)

... ○ ○ ●● nde pus○ ♫ ○ ● ○ não agüen ♫● ♫○ ● ♪ to mais ♪♫ ♫♫♫♫ ○ ○...

(aumenta um pouco mais o volume)

... ○ ○ ●● ○ ♫ ○ ● ○ ♫● ♫○ ● ♪ ♪♫ ♫♫♫♫ ○ ○ ♫ ○ ● ○ ♫● ♫○ ● ♪ ♪♫ ♫♫♫♫ ○ ○...

(*# )(* &¨ ?}§[] jhs¨& % $ *% 639*& 53....

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quando Um

(ou Sobre a Solidão - II)


O silêncio paira quando Um cala:

vazio desvairado em profusão;
em ruidoso monturo, multidão
nenhum sibilo, silvo, assovio.

Dentro de Um, nada abala,
e o silêncio paira quando Um cala:

já nem pelo som, mas pelo espaço
que deveria ser cheio, porém escasso
com nenhum perpasso em quinosfera.

Toda presença é, pois, rara.
e o silêncio paira quando Um cala:

ou uma gente que já nem se sabe
dos impulsos, instintos, tatos, verdades.
E esse tipo, lá, ainda ausência...

A imparidade é quem fala:
o silêncio paira quando Um cala.

Mesmo que suposto acompanhado:
sobre vibrações sonoras: parado.
...é que a voz que tenta é tão rala...

...que o silêncio paira quando Um cala
e apenas solidão ousa trajes de gala.