Quando ando ao intento do azul denso,
me acalmo, me deixo o sentir lento
e manso, e mole, redondo, imenso;
rondando o estar num viver profundo.
Fluindo constante manto adentro,
cada instante que passa mais denso,
mais dentro, mais baixo, imerso, fundo;
a existência, em mim, desse azul-mundo.
Florianópolis, 17.10.2013
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Azul
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Uterino
Masculino no feminino
Pequeninos correndo no tino
Girino no brejo uterino
Atino de um ser genuíno
Girino no ovo interino
Mimo do sopro divino.
Estéreo
Uma coisa do meu feminino
Tinindo. Pedindo vazão.
Uma bomba do meu feminino
Atentando. Pedindo explosão.
Tanta coisa esse meu feminino
A querer semear comunhão.
Mas os férteis se vão
a cada ciclo, tortos.
Os hormônios se dão
mas quedam mortos.
Uma coisa do meu feminino
Clamando, repleta
Pela fertilização.
Coitado do meu feminino
Cada volta completa
Uma frustração.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Assobio passarinhos
Nesse mundo tão
torto
Enquanto gralhas
gritam roucas
Assobio passarinhos
Nesse mundo tão
tenso
Nesse tanto quão
morto
Toda gente só
cinza
Eu: o sol
amarelinho
E o aceso tom de
vinho
Numa contraluz de
taça
Translucidez na
vidraça
Sob um céu bem
azulzinho.
Intermitente
Eu
sei que sou assim
numa
certeza intermitente
uma
certeza absoluta
que
num passo obsoleta
e
tão logo impertinente.
Eu
sei que sou assim
nessa
certeza vagabunda
que
logo se ri de mim
e
se troca: se despe e se veste
noutra
verdade.
Não
sei o que saber de mim
o
que eu soube outrora
se
difere nesse instante.
E
sei que sou assim agora
mas
já não sei adiante.
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