terça-feira, 22 de outubro de 2013

Amarelo


Amarelo tininte
Brilho solto
Difuso

Luz gritante
Intenso
Amarelo ardente

Fluido no peito
Vivo
O sol

Amarelo voante
Solto
Como rouxinol

Azul

             
Quando ando ao intento do azul denso,
me acalmo, me deixo o sentir lento
e manso, e mole, redondo, imenso;
rondando o estar num viver profundo.

Fluindo constante manto adentro,
cada instante que passa mais denso,
mais dentro, mais baixo, imerso, fundo;
a existência, em mim, desse azul-mundo. 

                                     Florianópolis, 17.10.2013

O mar. A infância. A teia. 
Cada mar que se apresenta, a infância permeia. 

A teia. O mar. A infância. 
Quem diria que o mar tem tanta importância.

A infância. A teia. O mar.
Tanta coisa escrita nesse vivenciar. 

                              Florianópolis, 12.10.2013

Grande parte do ser é mar:
mar de dentro, mar de fora.

De fora o mar invade.
De dentro um mar emerge.

Tanta parte do ser é mar...
e aflora.

                                      Florianópolis, 12.10.2013

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Uterino


Masculino no feminino
Pequeninos correndo no tino
Girino no brejo uterino
Atino de um ser genuíno
Girino no ovo interino
Mimo do sopro divino.

Estéreo


Uma coisa do meu feminino
Tinindo. Pedindo vazão.

Uma bomba do meu feminino
Atentando. Pedindo explosão.

Tanta coisa esse meu feminino
A querer semear comunhão.

Mas os férteis se vão
a cada ciclo, tortos.

Os hormônios se dão
mas quedam mortos.

Uma coisa do meu feminino
Clamando, repleta
Pela fertilização.

Coitado do meu feminino
Cada volta completa
Uma frustração.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Assobio passarinhos


 Nesse mundo tão torto
Enquanto gralhas gritam roucas
Assobio passarinhos
Nesse mundo tão tenso
Nesse tanto quão morto
Toda gente só cinza
Eu: o sol amarelinho
E o aceso tom de vinho
Numa contraluz de taça
Translucidez na vidraça
Sob um céu bem azulzinho.