sábado, 5 de setembro de 2015

Quem me dera, ipê



Nesse intenso inverno
quem me dera ser
uma bela árvore de ipê.

Ao sopro do vento forte
suster em galho e flor.
O peso do sóbrio chão;
a leveza da vivaz cor.

E nas profundezas, raiz. Firme.
Hasteando tronco ao céu. Tanto.
Para a flor refletir, do cosmo,
o encanto.

Essa bela árvore, o ipê,
nesse intenso inverno
quem me dera ser.  

Do tronco, passado,
o rijo e a morte.

Das flores, futuro,
a vida e a sorte.

A raiz, oculta,
mistério e aporte.

Até a primavera (folhas no agora)
clarear, presente, apontando o norte.


sexta-feira, 6 de março de 2015

Iniciação


Intuição,
muitos segredos.
Foi recado do cosmos,
ou invenção de meus medos?
 
 
Sonhos,
recados no agora.
Imerso no centro,
ou disperso lá fora?
 
 
Iniciação,
complexa realidade.
Como ser no mundo
com tanta responsabilidade?

 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ao Sol


Orbito.
Atraída como imã
ao redor de teu centro.
Vou te seguindo pelo tempo.

Orbito.
Terra vencida,
sem força a negar teu redor
Sentindo-te tão maior

Orbito.
Em teu trajeto
vou grata. À tua volta
venerando nossa rota.

Orbito.
Tu que iluminas
tudo mais que te cerca.
Sem esperar que te peça.

Orbito.
Essa luz difusa
que encandeia as atmosferas.
Orbito. Sem saber bem quantas eras.

Tato

Tato.

O que é o outro?
O que sou eu, de fato?

Tato.

A necessidade suprema
de tanto contato.

Tato. Toque.

Um pouco mais de mim
no enfoque