sábado, 5 de setembro de 2015

Quem me dera, ipê



Nesse intenso inverno
quem me dera ser
uma bela árvore de ipê.

Ao sopro do vento forte
suster em galho e flor.
O peso do sóbrio chão;
a leveza da vivaz cor.

E nas profundezas, raiz. Firme.
Hasteando tronco ao céu. Tanto.
Para a flor refletir, do cosmo,
o encanto.

Essa bela árvore, o ipê,
nesse intenso inverno
quem me dera ser.  

Do tronco, passado,
o rijo e a morte.

Das flores, futuro,
a vida e a sorte.

A raiz, oculta,
mistério e aporte.

Até a primavera (folhas no agora)
clarear, presente, apontando o norte.