sábado, 30 de agosto de 2008

Copular

O peso e o contrapeso do corpo.
O balanço do encontro, o encaixe
que alcança e abarca o outro
Corpo:
o contra-corpo do peso racional se perdendo em meio a afetos.
Os seres embarcando no sensorial.
O encontro, o encaixe, o balanço
barco existente entre os picos
do que é sensório e do que é racional.

O despencar das nuvens

Seu juízo não gostava de chuva.
Nunca gostou.
E foi numa dessas noites de tempestade que se perdeu nas águas da irracionalidade.
O juízo? [oh juízo!]
Decidiu permanecer em casa, agasalhado.
E ela se lançou louca por entre os pingos...
Bebeu da nuvem dilacerada, embriagou-se de êxtase e deixou fluir impulso.

Cantou, falou, riu... [aliás, gargalhou]
desnudou-se.
E amou sem escrúpulos aquele corpo molhado que, por acaso, a acompanhara em tempestade.

Quando a chuva passou, agasalhou-se num canto solitário e lá achou o juízo, arrependido de tê-la abandonado.

Então recompôs-se, pois o dia apontava renascendo, ensolarado.

Pelos olhos alheios

Lá vai o palhaço passando
Mulher, filho e fome
O olhar nos ares
E também os malabares
O circense
Vai passando parado
No que eu exigiria crescente

Lá vai a família estrelando
Ares de necessidade
Atravessando aros
Para esconder o tropeçado
O saltimbanco
Lá vai o tempo passando corrente.
E eu, vendo o palhaço carente.

E lá vou eu também carente
Mas do que há de lúdico
E vou morrendo dormente
[Caminhando cego com a pressa
Veemente.]
por não entender que o palhaço
é intenso, independentemente.

Aprendendo a fotografar..



















sábado, 23 de agosto de 2008

Ângulos

Bendita luz!
O que seria do mundo sem as cores que propicias?!

fotos tiradas no percusso PE-PB, em junho de 2008.

taça

No âmbar daquela taça amanheceu a embriaguês
Como quem doura o início de um dia.
E o gole daquela cor fazia crepuscular a lucidez.
No poente evolutivo da razão fria.
.
.
.
.
.
.
.
.
fotografia à luz de vela. Maio.2008.