segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Soneto da Infidelidade

Observa. Eu te amo por ter te traído.
Por não sermos felizes nem sermos iguais.
Por pena de ti, e saber não ter havido
a fidelidade. Dívida, nada mais.

Amo-te pelo meu auto-perdão, enfim,
de [minha] tal imoralidade egoísta.
Aqui ainda egoísmo: amor a mim.
Querer cruel e infiel e narcisista.

É amor por circunstância, é compaixão.
Amor sem escrúpulos. Elo decadente.
Servo da possibilidade de perdão.

Amor de livramento. Busca a solidão
em paz. Interesse próprio. Esteja crente:
se pensas que há dignidade, ilusão!

3 comentários:

fatimapombophotos disse...

s isso eh terrivel!
não o poema que esta
magnifico,
mas aconfissão...
gostei Manu,
cada dia melhor...
precisa arrumar um jeito d ecolocar imagens,
desenhos ou pinturas ou fotos. acho que seus desenhos iriam ser de bom tamanho aqui...
capricha no blog garota!

manu moema disse...

ahahah

Magno disse ser uma punhalada.
Gosto de passear pelas possibilidades dos eu-líricos.

Motorista do Universo disse...

Trair torna-se até óbvio e justificável diante desta defesa. teus sonetos são muito bonitos. bem estruturados. gosto muito da tua habilidade.


(embora deva dizer que a culpa disso tudo é da pêra!!!)
;)