quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quando Um

(ou Sobre a Solidão - II)


O silêncio paira quando Um cala:

vazio desvairado em profusão;
em ruidoso monturo, multidão
nenhum sibilo, silvo, assovio.

Dentro de Um, nada abala,
e o silêncio paira quando Um cala:

já nem pelo som, mas pelo espaço
que deveria ser cheio, porém escasso
com nenhum perpasso em quinosfera.

Toda presença é, pois, rara.
e o silêncio paira quando Um cala:

ou uma gente que já nem se sabe
dos impulsos, instintos, tatos, verdades.
E esse tipo, lá, ainda ausência...

A imparidade é quem fala:
o silêncio paira quando Um cala.

Mesmo que suposto acompanhado:
sobre vibrações sonoras: parado.
...é que a voz que tenta é tão rala...

...que o silêncio paira quando Um cala
e apenas solidão ousa trajes de gala.

3 comentários:

manu moema disse...

Iltu,

esse é o resultado daquele fantasma que sumiu daqui, noutro dia.

bj.

Motorista do Universo disse...

É uma tristeza essa solidão... não de senti-la, mas de vê-la de fora (mesmo porque lá dentro resta somente a solidão, não é mesmo?!) e de pensar que o que se vê não muda, ou pelo menos não naquele instante em que foi registrado. Tudo pode "melhorar" e ficar pleno depois, mas aquele momento foi assim, e este assim foi tão vazio, e esse vazio foi tão pleno, e tal pleno tão assim...
...é uma tristeza essa solidão.

me envolveu bastante esse. "De longe", mas envolveu, entende?? hahaha

ps: ouvindo 'Mora na filosofia' fica difícil, né? =)

Motorista do Universo disse...

ps2: Fantasmas assombrando assim, são sempre bem vindos! ;D

bjus.