(ou Sobre a Solidão - II)
O silêncio paira quando Um cala:
vazio desvairado em profusão;
em ruidoso monturo, multidão
nenhum sibilo, silvo, assovio.
Dentro de Um, nada abala,
e o silêncio paira quando Um cala:
já nem pelo som, mas pelo espaço
que deveria ser cheio, porém escasso
com nenhum perpasso em quinosfera.
Toda presença é, pois, rara.
e o silêncio paira quando Um cala:
ou uma gente que já nem se sabe
dos impulsos, instintos, tatos, verdades.
E esse tipo, lá, ainda ausência...
A imparidade é quem fala:
o silêncio paira quando Um cala.
Mesmo que suposto acompanhado:
sobre vibrações sonoras: parado.
...é que a voz que tenta é tão rala...
...que o silêncio paira quando Um cala
e apenas solidão ousa trajes de gala.
3 comentários:
Iltu,
esse é o resultado daquele fantasma que sumiu daqui, noutro dia.
bj.
É uma tristeza essa solidão... não de senti-la, mas de vê-la de fora (mesmo porque lá dentro resta somente a solidão, não é mesmo?!) e de pensar que o que se vê não muda, ou pelo menos não naquele instante em que foi registrado. Tudo pode "melhorar" e ficar pleno depois, mas aquele momento foi assim, e este assim foi tão vazio, e esse vazio foi tão pleno, e tal pleno tão assim...
...é uma tristeza essa solidão.
me envolveu bastante esse. "De longe", mas envolveu, entende?? hahaha
ps: ouvindo 'Mora na filosofia' fica difícil, né? =)
ps2: Fantasmas assombrando assim, são sempre bem vindos! ;D
bjus.
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