Impulso tem a lagarta,com o corpo a tatear...Tanto trabalho no chão,para um dia se alçar.Que força tem a lagartapra querer se transformar.Ainda sem ter suas asas,almeja um dia voar.Junta o preciso, a lagarta,pra metamorfosear.Em que será que se firmapara não pestanejar?Rasteja densa, a lagarta.Pesada até se quedar.Então pousa longo tempo,parada num só lugar.Labuta a muda, a lagarta– distante do que será –mesmo sem ter ido ao céu,nem saber o que passa lá.Se empenha em ter, a lagarta,jeito de se pendurar.Fecha-se em canto só dela,se aninha em restrito lar.Silêncio afora. Ninguém.Parece só descansar.Mas dentro faz a si mesma,de asas, um belo par!Trabalha no vir a ser.Distinta renascerá.Se antes pesada e lenta,leve e sagaz ficará.Um dia, bela surpresa!Da casca sai devagar.Sai em cor a borboleta,tingida, fina e solar!Quiséramos ser lagartae somente acreditar.Trabalhar árduo na terra,e um dia, simplesmente, ar!
sábado, 22 de outubro de 2016
LAGARTA FIRMAMENTO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Mudanças doridas...
Necessárias, inevitáveis, precisas.
És vida!
...
Teus poemas são belos, Manu!
Agradável leitura.
Regina Mendonça
Postar um comentário