sábado, 22 de agosto de 2009

Sobre tempos e luzes

Se mantivesses diariamente teu ciclo de luz
teus olhos fariam resplandecer o brilho do mundo.
Mas tu sempre corres.

E não resta ao pensamento um só repouso
E por desuso, ou por descaso, a paz falece.

E por não avistares, julgas que teu medo morre
Tristeza morre
E que morre a tua solidão.

Quando matas cada tempo de meditação
[morte à suspensão, intervalo, paz]
Na verdade é tua plenitude quem jaz.

E sob o corpo defuntado tua tristeza se esconde
E se esconde também aquele medo
E se esconde também a solidão.

Todos vivos, camuflados, infiltrados
A esmorecer o teu brilho e o teu dia.

Desperdiças diariamente a cor do mundo, e ela passa vazia.
E o teu mundo corre.
E o teu tempo morre.

E o que resta em teu silêncio são ausências.
E o que resta ao teu silêncio te é medo.

Sabes bem do não-espelho de teus olhos
Escolheste a causa desta conseqüência.

E pergunto-me se te sentes bem feliz
Mas a resposta deve ser [até pra ti]
Um mistério irrevelado, um segredo.

Nenhum comentário: