Acendi um belo incenso perfumado
Para, do peito, afastar tal negrume.
Com aroma, associado àquele lume
Ver ruir o ar amorfo entediado
Sentindo turvo o ambiente, esfumaçado
De estorvo penso estar o peito imune
Felicidade fugaz de um vaga-lume
Por ser foco principal de um céu nublado
Vislumbrada dei ao fogo tanta asa
Cegando-me por se fazer tão intenso
Mas veemência assaz: se auto-arrasa!
Extingue-se luz e cheiro. Finda incenso.
Concomitante, do coração: a brasa
Sucumbindo tudo a pó – vazio imenso.
texto de 09.09.2007
Faço questão de dedicar esse soneto a George Fernandes, que me presenteou com a inspiração necessária numa semana com muita música e discussões literárias que apenas ele e Magno são capazes de oferecer e propor.
E pelo incenso...
E mais, pela minha felicidade de ter sido incitada a um primeiro soneto. Eis aqui.
E a Magno por ter discutido comigo as sílabas poéticas e as métricas, permitindo correções e ajustes.
Magno Marques, meu eterno mestre.
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